Uma das principais
características do Evangelho de Jesus é o seu caráter absolutamente
REVOLUCIONÁRIO. O ensino de Cristo veio para confrontar conceitos que estavam
estabelecidos havia séculos! Ao confrontar a RELIGIÃO e seus preceitos tão
profundamente arraigados na cultura daquele povo, Jesus revelava que seu ensino
seria, antes de qualquer coisa, REVOLUCIONÁRIO. Foi por isso que por diversas
vezes, Ele observou a surpresa das pessoas que O ouviam. Foi assim com
Nicodemos, por exemplo, quando Jesus lhe falava sobre o novo nascimento. Foi
assim com o jovem rico, quando Jesus lhe exigiu renúncia aos bens materiais.
Foi assim com os fariseus, quando Jesus se permitiu ser amigo de pecadores,
conversar com prostitutas ou relacionar-se com inimigos do judaísmo.
O Sermão do Monte “deu o tom” de
tudo aquilo que Jesus haveria de ensinar em seus três anos de ministério.
Naquele primeiro grande discurso, Jesus já dava amostras de que Ele não viera
para ensinar conformismo, mas que pregaria diversas formas de revolução. Foi
este aspecto de sua mensagem, aliás, que despertou a ira de políticos,
religiosos e poderosos que mais tarde iriam conspirar para sua morte.
Quer ver alguns exemplos do
ensino revolucionário da cruz?
1) Mais que amar amigos, devemos
amar inimigos! (Mt.5:43-33)
2) Total desapego aos bens
materiais (Mt.5:40)
3) Não às preocupações com a
própria vida (Mt.6:25)
4) Não julgar, não “reparer” na
vida do próximo! (Mt.7:1-3)
Mas de todos os ensinos
revolucionários, o que mais dúvidas causou entre os discípulos foi o ensino do
perdão. Cristo ensinou não apenas a perdoar de forma indistinta e sincera, mas
também nos ensina a procurarmos perdão. Se não buscarmos o perdão do próximo,
estamos INABILITADOS até mesmo para entregar as oferta no altar!
Leiamos
Mt.5:23-24
"Portanto, se você estiver apresentando sua oferta
diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe
sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão;
depois volte e apresente sua oferta.”
Pedir perdão é mais que
demonstração de arrependimento; é mais do que simples desejo de “colocar pedra
em cima” e seguir a vida como se não tivesse praticado nenhum mal...
Se saber perdoar é marca do
cristão, saber pedir perdão é marca do cristão que ama a paz. Pensando nesse tema, pelo menos
quatro considerações me afloram à mente:
1) É preciso pedir perdão quando
se sofre diante da justa possibilidade de ver rompida uma relação da qual
depende seu conforto e felicidade.
2) Precisamos aprender a pedir
perdão não apenas quando ofendemos o próximo, mas principalmente quando o
próximo se sente ofendido.
3) A pessoa que pede perdão é
aquela que valoriza mais a relação do que o próprio ego.
4) A disposição de se buscar
perdão é algo próprio de quem sabe que a felicidade se constrói em cima de
relacionamentos duradouros e a derrota se estabelece nos relacionamentos
rompidos.
O reino de Deus entre os homens se estabelece em meio ao mútuo acordo. Quando homens concordam entre si, Jesus se posiciona entre eles. A presença de Deus (Mt.18:20). Logo, é de se concluir que quando há discordância entre irmãos, a presença de Deus fica inviabilizada. Buscar pois, o perdão diário e a constante harmonização de nossas relações é fator preponderante para que Cristo esteja em nós e entre nós.
(Pr. Jairo Ishikawa)




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