10 de setembro de 2014

RESSIGNIFICAR

“Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (2Co.5:17 N.V.I.)
“Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2Co.5:17 T.R.A.)
INTRODUÇÃO
Jesus veio a este mundo com uma missão claramente estabelecida. Ele tinha algo a fazer, um legado a nos deixar. Ao final da história narrada nos Evangelhos, se tem uma coisa que fica muito claro ao leitor é que tudo o que Ele fez e disse, cada gesto, cada ensino, tudo obedeceu a um rigoroso planejamento, de modo que tudo se completasse na cruz. Cada palavra dita por Jesus, seja na intimidade de uma conversa particular ou diante das multidões atônitas, fazia parte de um plano minucioso que tinha por objetivo oferecer salvação aos homens. Vejo pois, a missão de Cristo na Terra, planejada e executada segundo duas dimensões distintas:
A Dimensão Sacrificial:
O Apóstolo Paulo nos ensina em Rm.3:23 que “todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus”. Paulo segue ensinando que, segundo a Lei de Deus, “o salário do pecado é a morte” (Rm.6:23). João, o Batista, ao ver Jesus pela primeira vez, reconheceu nEle essa missão sacrificial quando exclamou: “Eis aí o Cordeiro de Deus” (Jo.1:36). Assim, entendemos que, em primeira instância, Jesus veio ao mundo como Varão Perfeito, como Cordeiro imaculado e sem pecado, apto e pronto para Se oferecer em sacrifício pelo pecado dos homens. À semelhança do cordeiro sacrificado nos altares do judaísmo por séculos, Jesus morreu em meu lugar, em expiação ao meu pecado. “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida...” (Jo.17:10)
A Dimensão Pedagógica:
Sendo o sacrifício de Jesus uma ação definitiva, cujo efeito perdura por todas as gerações, era necessário deixar também um legado instrutivo. Era preciso que homens fossem capacitados a transmitir o ensino do Evangelho, do sacrifício substitutivo às gerações vindouras. Daí, a necessidade da missão de Jesus assumir também uma missão Pedagógica. Ele nos fez salvos, mas também nos fez mestres, ensinadores, multiplicadores da informação. Através do registro escriturístico e da capacitação do Espírito Santo, Ele nos ensina e nos envia a ensinar. “...o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito.” (Jo.14:26)
E é exatamente por conta da dimensão Pedagógica da missão de Jesus que Ele falou a tanta gente; foi para ensinar seus apóstolos e para que estes nos ensinassem, que Jesus pregou e fez inúmeras demonstrações práticas de seus ensinos. E o ensino dele foi altamente impactante em sua geração: Mestres daqueles dias ficavam atônitos e maravilhados pela profundidade dos ensinos e pela autoridade com que falava. Sei que grande parte desse impacto revolucionário das palavras de Jesus se deve ao contexto político e social daqueles dias bem como aos espetaculares milagres que Ele executava à medida em que ensinava, mas creio também que Jesus impactou os formadores de opinião de sua época porque mais do que repetir ensinos antigos, repercutir idéias já desgastadas pelo tempo e pela prática, Jesus trazia novidades. Ele falava de modo a surpreender seus interlocutores. E a surpresa se dava porque Ele dava novos significados a valores antigos; Jesus lia a mesma Lei de Moisés que os religiosos liam, mas o fazia por uma perspectiva diferente. Enquanto o fariseu lia as Escrituras com os olhos de quem julga, Jesus lia com olhos de quem ama. O fariseu lia as Escrituras e dela retirava condenação; a mesma Lei lida por Jesus produzia perdão, misericórdia, amor.
Essa foi, aliás, a razão pela qual Jesus condenou a religião e os religiosos com tanta veemência. Jesus nunca aprovou religiosos que se baseavam na Palavra de Deus para trazer peso e condenação aos homens, a quem chamou, solidariamente, de pobres e oprimidos. Jesus nunca aprovou a leitura meramente jurídica do texto mosaico. Mas, em sua missão pedagógica, Jesus tratou de RESSIGNIFICAR os elementos da Lei. E “ressignificar” é isso: Dar novo sentido, novo significado a conceitos anteriormente descritos e entendidos. Jesus foi um revolucionário porque, em benefício dos homens, mudou o sentido de alguns conceitos que feriram os interesses dos poderosos de sua época.
Vejamos alguns termos e conceitos que, a parir de Jesus, ganharam novo significado:
1) HUMILDADE
Antes de Jesus, humildade era apenas uma tolice. Que sentido havia em o maior se prostrar diante do menor? Qual a relevância de um patrão se preocupar com o bem estar de um empregado? Que valor existe em colocar-se em pé de igualdade e não superioridade diante dos outros? A sociedade sempre nos ensina o valor da superioridade. Jesus quebrou esse paradigma dizendo: “Pois aquele que entre vocês for o menor, este será o maior" (Lc.9:48). E Ele ensinou isso porque isso também praticou: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp.2:5-8)
2) MISERICÓRDIA
Antes de Jesus, misericórdia era apenas sinal de fraqueza. Que valor há em não aplicar ao condenado a pena cabível? Quem efetivamente cometeu um crime não precisa ser punido? O culpado não merece o castigo? Se merece, porque não aplicar tal castigo? Jesus calou e desramou os que queriam apedrejar a mulher adúltera. A ela, Jesus deu misericórdia. E não apenas a ela, mas a todos os que pecaram, pois a todos perdoa, a todos abraça, independente dos pecados que tenham cometido. Jesus dá novo significado à misericórdia, pratica-a e exige que seus filhos também a pratiquem.
3) SUCESSO
Antes de Jesus, sucesso era algo relacionado simplesmente à aprovação dos homens. O ensino de Jesus nos leva a um grau superior de entendimento, pois que vantagem há em agradar aos homens se desagradarmos a Deus? (Gl.1). Em Cristo percebemos que “Sucesso” de verdade não é apenas ganhar dinheiro, galgar posições, obter aplausos dos homens. Ele não agradou os homens e o “Sucesso” de sua missão, em última instância, levou-O à cruz e à morte. Talvez seja este o seu problema, confundir sucesso com dinheiro. Na vida de muitos o dinheiro tem sido sinônimo de fracasso e destruição.
4) VIDA
“...eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo.10:10). Antes de Jesus, vida era apenas um fato biológico. Ele deu novo significado à palavra Vida, agregando a ela o conceito de eternidade. Homens e bichos, todos lutam pela vida, mas os homens gastam a vida obtida em uma existência absolutamente sem sentido, sem propósito, sem legado.
Vi pela internet uma jovem norte-americana que sofre de obesidade mórbida extrema. Com mais de trezentos quilos, ela não tem uma vida normal. Não se movimenta, vive em uma cama...nesta semana ela declarou, chorando: “Eu não vivo, eu apenas existo.”
Não gaste sua vida apenas passando por ela, apenas existindo. Encontre vida, um novo significado para esta vida, em Jesus.

CONCLUSÃO:
Talvez seja hoje o tempo de você dar NOVO SIGNIFICADO à sua vida. Algumas pessoa, quando se encontram com Jesus, têm a nítida impressão de que, até aquele dia, viveram uma vida pela metade. Muitos se angustiam e têm a nítida sensação de que está faltando alguma coisa, de que a vida não está completa. Até mesmo aqueles que conquistaram posições de destaque na sociedade ainda se percebem incompletos...É a típica sensação de quem precisa buscar novos significados para a existência.
Mesmo no âmbito daqueles que já se encontraram com Jesus e com Ele gozam de uma vida feliz e eterna, às vezes “bate” a angústia e a sensação de “incompletude” (existe essa palavra?) e elas se perguntam: “O que está faltando”?

É bem possível que, tanto em um caso como em outro, o problema esteja na definição das palavras-chaves da vida. Como você tem definido “Vida”, “Felicidade”, “Tristeza”, “Inimigo”, “Sonho”, “Perdão”...e todos aqueles valores que dão sentido à sua existência? Suas definições passam pela significação que os homens dão ou você prefere usar o “ressignificado” proposto por Jesus?

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