22 de janeiro de 2014

...e as portas do inferno não prevalecerão!

Esta é a primeira e praticamente única vez em que Jesus usa o termo “Igreja”, no Novo Testamento. Há uma citação em um outro contexto (Mc.18:17), mas ali Jesus refere-se à congregação local e não à Igreja que pretende fundar a partir de sua ressurreição.

No momento em faz tal declaração, Jesus está em pleno ministério, andando pela Galiléia e pelo norte de Israel. Está no chamado “Ano da Popularidade”, o segundo ano de Seu ministério, quando seus discursos impactantes acompanhados de milagres assombrosos, fez dEle uma verdadeira celebridade internacional. Os Evangelhos mostram a fama de Jesus correndo à Síria e ao Líbano.
Durante este tempo, Jesus passou a enfrentar duas “frentes” de oposição: De um lado, o poder político (domínio dos romanos) já percebia que sua fama crescente podiam transformá-lo em uma ameaça, já que o povo o aclamava como operador de milagres (saúde) e fornecedor de pão abundante (alimento); de outro lado, o poder religioso, representado pelos líderes do Judaísmo também começava a se sentir ameaçado por um homem que fazia duras críticas ao tradicionalismo religioso dos mestres que converteram o Judaísmo em um fortíssimo braço de dominação sobre o povo, já cansado de tanta opressão.

De um lado, o peso da dominação romana, com seus impostos, confiscos e leis. De ouro lado, o peso exercido pelos líderes de uma religião corrompida, cheia de interesses e ligações com o dinheiro e com o poder. Jesus não cobrava nada pelo pão, nada pelas curas e ainda proclamava um discurso libertador e revolucionário. Não demoraria muito até que o poder político se aliasse ao poder religioso que, juntos, tramariam sua perseguição, prisão e morte.

O povo que seguia a Jesus e até mesmo seus discípulos mais chegados demoraram para perceber a ameaça da conspiração infernal que aos poucos ia os cercando. Jesus sabia de tudo. Desde os primeiros questionamentos dos fariseus acerca de Seus ensinos, Jesus já percebia o início do movimento que tramaria Sua morte. O inferno já se movimentava no sentido de impedir que Jesus realizasse sua obra; desde a tentação no deserto, as potestades infernais exerciam sua oposição.

Desde muito cedo, portanto, as forças do mal já haviam determinado os alvos de sua perseguição: o alvo primário era Jesus. Ao longo de todo o Novo Testamento, vemos o inimigo se movimentando no sentido de desviar Jesus de seus objetivos. Todo o esforço infernal contra Jesus foi em vão. Ele terminou Sua obra, indo até a cruz e de lá à Páscoa da Ressurreição. Mas o inferno não parou de trabalhar; se não pôde deter Jesus, agora o inimigo foca seus esforços em seu alvo secundário: a Igreja deixada por Jesus.

O texto base da mensagem de hoje mostra claramente que Jesus, desde muito cedo, já sabia que o inferno trabalharia com afinco ao longo de toda a história para deter a Igreja. Por isso, Ele  nos fortaleceu com seu Espírito Santo. Em Jo.14 vemos Jesus delegando ao Espírito Santo a tarefa de fortalecer e capacitar a igreja a enfrentar a luta contra o inferno. Mas o conteúdo do versículo que lemos no início, revela partes importantes do projeto de Jesus no que diz respeito aos fundamentos existenciais da Igreja.

      1) Definindo IGREJA...
Fica claro desde o início, que Jesus não se referia a uma instituição, a um conjunto de prédios ou latifúndios; no projeto de Jesus, Igreja é o conjunto de pessoas que crêem nEle e que se comprometem com a mensagem contida em Sua morte. O contexto de Mt.16 revela um Jesus empenhado em preparar discípulos para a Sua morte e para o projeto que viria após ela. Igreja, pelo menos nessa frase de Jesus, não é placa na porta, não é CNPJ, não é catedral e nem mesmo um plano de atividades assistenciais. A Igreja Triunfante de Jesus é o conjunto de salvos, desde a fundação do mundo, que estarão “vestidos de branco” no Dia do Juízo. É a esta IGREJA que Ele se referiu.

2    2) A Igreja deve marchar contra o inferno e não o contrário.
No projeto de Jesus Cristo, a Igreja não assume, primariamente, uma posição meramente defensiva. Não é a Igreja que tem que “se defender” do inferno. Ao contrário, Jesus construiu uma Igreja que ataca o inferno; os demônios é que deviam temer os crentes e não o contrário!

O que temos visto, desde os tempos dos apóstolos são crentes “entrincheirados”, buscando defesa contra os constantes e crescentes avanços do inferno contra nossas casas e nossas igrejas (com i minúsculo!) Sim, eu sei que a Palavra nos dá muitas instruções sobre como nos defender do inferno. Paulo falou muito disso e outros apóstolos também, mas se voltarmos ao projeto inicial, perceberemos que Jesus fala, primeiro, de uma Igreja (com I maiúsculo) que avança constantemente e bate à porta do inferno para de lá arrancar as almas aprisionadas.

A realidade está aí, diante de nós e para a nossa vergonha: O inferno bate todos os dias à porta de nossos lares, através da pornografia televisiva, midiática, internética; o inferno está arrombando as portas dos nossos casamentos (nossos sim, de crentes, igrejas com i minúsculo) e destruindo lares usando os aríetes da traição conjugal, da mentira, do homossexualismo; o inferno está aí, atacando e paralisando igrejas (com i minúsculo) através do egoísmo, da falta de amor, do jogo de interesses, da “des-comunhão” dos santos (com igualmente minúsculo).

Jesus fundou a IGREJA TRIUNFANTE e a maioria das pessoas tem se contentado em fazer parte de uma igreja que nem em sombra reflete o plano original do Mestre.

3)      As portas do inferno se rompem mediante a ação da Igreja
Os calabouços do inferno estão repletos de almas aprisionadas pelo pecado, pela mentira, pelo engano e pela morte. Zilhões de condenados! Pessoas que seguem vivendo sem nem mesmo se darem conta da eterna prisão em que vivem. Seguem, a exemplo dos fariseus de Jo.8,  vivendo sem notar o peso dos grilhões.
Quando Jesus fala “as portas do inferno não prevalecerão” Ele está acionando uma Igreja verdadeiramente missionária, um exército de conhecedores da Verdade que não se contenta em habitar templos com ar condicionado e cadeiras estofadas, mas que MARCHA, que AVANÇA rompendo as defesas infernais, arrombando suas portas e libertando seus cativos.

Concluindo, precisamos tomar posição diante de Deus. A afirmação de Jesus soa-nos como um alerta: a qual grupo VOCÊ pertence? Você deseja fazer parte da Igreja (com I maiúsculo) ou vai se contentar em ser ou frequentar uma igreja (com i minúsculo) ?

Pr. Jairo Ishikawa
Igreja Batista da Paz do Coxipó

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