21 de julho de 2013

Enfrentando a tormenta



O episódio da tormenta no Mar da Galiléia começa, na verdade, alguns versículos antes da narrativa propriamente dita. Veja Mt 8:18 "Quando Jesus viu a multidão ao seu redor, deu ordens para que atravessassem para o outro lado do mar."
Antes que os discípulos cumprissem a ordem do Mestre, são interrompidos por uma conversa que não vai render fruto nenhum. Há um momento de perda de tempo. Não sabemos exatamente quanto tempo durou aquele diálogo infrutífero, mas algum tempo foi perdido. 
Pode ser que seja o tempo necessário para se chegar à outra margem antes da tormenta? É bastante provável que sim. Jesus, conhecedor de todas as coisas, sabia que uma tempestade os apanharia no caminho e é bastante provável que a ordem de zarpar tenha sido dada no momento certo, na hora exata para que tudo transcorresse sem nenhum obstáculo. 
O Mestre sabia também que a tormenta poderia ser vencida sem maiores problemas, permitiu que aquele diálogo transcorresse, mesmo sabendo que de nada adiantaria na vida daqueles que lhe interrogavam. 
1-) O tempo de Deus é sempre perfeito e preciso. Se aprendermos a observar o tempo de Deus e não o nosso, certamente evitaremos muitas das tormentas da vida.
Tempestades são comuns no Mar da Galiléia. Mas não são tempestades como as que nós conhecemos. As chuvas são muito poucas naquela região. Mas tormentas de ventos acontecem sempre e de forma imprevisível. As bolsas de ar quente e seco provenientes do Saara trazem fortes ventos e uma neblina seca, formada pela finíssima poeira da areia do deserto. 
2-) As tormentas da vida são comuns, mas elas podem se apresentar em formas diferentes aos quais estamos acostumados ou preparados. 
Mas sendo aquele tipo de tormenta algo de certo modo comum naquela região, é de esperar que pescadores acostumados com aquelas águas soubessem o que fazer na hora da tormenta. O texto não mostra discípulos dispostos a lutarem contra os ventos, manobrando as velas e o leme com aquela destreza que eles certamente possuíam, pois eram pescadores que nasceram e se criaram no entorno daquelas águas. 
Talvez tenha sido este o motivo da repreensão de Jesus. O mestre sabia que aqueles homens não possuíam fé para, milagrosamente, repreender o vento, mas pelo menos fé em si mesmos eles deveriam ter. Pelo menos poderiam ter lutado contra o vento, usando suas habilidades, mas a presença de Jesus no barco lhes oferecia uma alternativa mais cômoda. 
3-) A maior parte das tormentas da vida podem ser vencidas com as forças, com a coragem e com a coragem e com a destreza que Deus já nos deu. O fato de termos um Deus que nos ajuda, pode nos transformar em navegantes preguiçosos. 
Jesus não era navegador. Não era barqueiro e nem pescador. Muito embora tenha se criado naquela mesma região, Jesus tinha o ofício de carpinteiro. Suas habilidades humanas não lhe permitiam manobrar aquele barco, mas Ele tinha a autoridade dos céus. Usou-a para acalmar o vento que produzia aquelas ondas assustadoras. 
4-) Como sabemos que existem tormentas para as quais não estamos preparados é sempre bom ter Jesus no nosso barco. 
Entre homens do mar, existem muitas superstições. Como o mar exerce um efeito assustador, os homens tem amuletos, suas crenças, patuás que carregam dentro de seus barcos. Sejam os navegadores de pequenos barcos ou jangadas, ou mesmo os comandantes dos grandes transatlânticos, todos levam algum amuleto a bordo. 
A pergunta de conclusão é: quem ou o que você carrega no teu barco para te salvar na hora da tormenta? Aqueles discípulos foram muito felizes em sua travessias, porque Jesus estava no barco. Não era um amuleto, um patuá, uma reza ou um objeto qualquer, mas era o Deus vivo que navegava com eles. O resultado da ação de Jesus foi tão fantástico e surpreendente, que eles fizeram uma pergunta que ficou marcada na história: 
Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?
No último dia, na hora do julgamento, todos nós teremos que responder a esta pergunta. Para você, quem é Jesus??

0 comentários:

Postar um comentário