27 de junho de 2013

O caminho largo

O caminho do erro é largo (Mt.7:13). Não é largo apenas por dar a seus caminhantes uma falsa sensação de conforto e segurança; é largo porque são muitos os que por ele se aventuram. Uns entram pelo caminho do erro por pura ignorância (Mc.12:24); erram o caminho simplesmente porque ainda não descobriram o certo, o justo, o excelente (Ef.3:5). Para estes, que entram pela trilha do erro por desconhecimento, há reservado menor juízo (Lc.10:13-14) do que para um outro grupo de errantes.

Refiro-me, especificamente, àqueles que, tendo pleno conhecimento daquilo que é justo, tendo a exata noção de diferença entre certo e errado, deliberadamente optam pelo espaçoso caminho da injustiça. Ao jovem pastor Timóteo, o Apóstolo Paulo alertava sobre um perigo que igreja enfrentaria: a presença de homens que aparentam falsa piedade, vestidos com os mantos de enganosa religiosidade, mas verdadeiros amantes de seus próprios umbigos (2Tm.3:1-5). São homens que conhecem o bem, mas optam pelo mal. Estes não apenas trilham o caminho do erro, como vivem à espreita para levar outros a fazê-lo (Mc.13:22). Andam pela senda da injustiça apoiando-se em almas desavisadas, por eles enganadas, iludidas a ponto de abandonarem a prática do perdão, da justiça e do amor, tudo em nome de uma cega defesa de pontos de vista equivocados, de conceitos deturpados, valores maculados pelos confortos da largueza.

O caminho largo é assim... Oferece não apenas a agradável sensação de conforto e segurança, mas também argumentos e ferramentas que facilitam a mobilização de mais e mais caminhantes.
Mas convenhamos...É difícil abandonar o caminho largo. Jesus dizia que é necessário esforço (Lc.13:24). Exige-se desprendimento de valores mundanos; exige-se vigor para viver longe da aprovação das maiorias; exige-se disposição para enfrentar as poderosas armas da injustiça; exige-se paciência para esperar que o correto se restabeleça.

Mas a principal exigência para se abandonar o caminho largo é dispor-se a andar pelo estreito caminho proposto pelo Mestre da Galiléia. João Batista andou pelo caminho estreito. Paulo e o próprio Jesus também.

O caminho estreito é assim... Oferece a glória do Pai, mas pode invariavelmente passar pela cruz, pela espada ou pela humilhação. Oferece vitória verdadeira e eternidade, mas vai te obrigar a pisar em espinhos, enfrentar curvas escuras e muitas vezes, fome de justiça. O caminho estreito não garante conforto terreno nem aplausos humanos, mas se você já sabe a diferença entre certo e errado, optar pelo errado não é apenas pecado. É burrice.

Que me desculpe o gentil leitor, mas não encontrei uma palavra menos chula para adjetivar essa brusca porém bastante objetiva conclusão. (Pr. Jairo Ishikawa)

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