26 de fevereiro de 2014

Vida pela Graça não é vida sem graça.

Graça é dom sobrenatural, concedido por Deus como único meio de salvação. É favor não merecido, é dádiva não paga, é dom gratuito de Deus ao homem num encontro transformador em que a criatura humana é restaurada à sua condição original de amigo próximo de Deus. Pela graça, Deus confere ao homem a participação na vida divina fazendo-o Seu filho adotivo. Ninguém é salvo sem receber a graça de Deus. SETE expressões fundamentais para se entender a graça e seus resultados:


1) Se manifestou salvadora: Não foi o homem que buscou a Deus. A busca pela salvação não começou por decisão humana, mas por decisão de Deus.

2) Educando-nos: A graça, uma vez recebida, produz libertação através da educação. É pelo conhecimento recebido pela gratuita educação de Deus que o homem conquista o poder de transformar sua vida. Jesus disse “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertara”.

3) Presente século: A graça de Deus é contemporânea aos fatos da vida humana. Não é para o amanhã e muito menos para o ontem. A graça salvadora de Deus é para hoje. Não espere, porque amanhã pode ser tarde.

4) De modo sensato: A graça de Deus e o conhecimento da verdade que ela nos proporciona, garantem condições para que vivamos com sensatez e bom senso.

5) De modo justo: A prática da justiça e da correção é característica básica, fundamental da vida de toda pessoa alcançada pela graça de Deus. Vivemos dias que não se pratica mais a justiça, o Reverendo Hernandes Dias Lopes disse “como cristão devemos viver pelo que é certo e não pelo que dá certo”.

6) De modo piedoso: É expectativa de Deus que quem recebe graça seja alguém disposto a também oferecer graça o próximo. Quem recebe perdão, perdoa. Quem recebe bênção, abençoa. Quem recebe a piedade de Deus tem a obrigação de ser piedoso com o próximo.

7) Aguardando: É também de Deus e de graça, que recebemos o dom da esperança em dias de eterna felicidade e paz. É Deus quem nos capacita a pacientemente aguardarmos o dia da vitória final. É Deus quem nos faz suficientemente fortes para superarmos as barreiras do dia-a-dia e chegar vitoriosos, à Terra Prometida.

Evangelho é vida pela graça, não vida sem graça.

17 de fevereiro de 2014

Incredulidade, origens e resultados.

O homem é um ser crédulo por natureza. Por força de berço e de instinto, o homem crê. Fácil perceber isso observando uma criança. Ela acredita, sempre! Diga a ela que em todos os natais vem um velhinho barbudo e de roupa vermelha, viajando em uma carroça voadora que chamam de “trenó”, puxada por renas que, estranhamente, também têm a capacidade de voar... Diga a ela que esse velhinho entra na casa de todo mundo, até daqueles que não têm chaminé, e deixa um lindo presente para as crianças que foram obedientes...qual é a reação da criança? Ela crê nessa história, por mais absurda e ilógica que possa parecer!

Diga a esta mesma criança que, meses depois do velhinho do Natal, vem um coelho (que não bota ovo nenhum) e deixa ovos de chocolate nas janelas, nas caixas de correio e atrás das portas das crianças... mesmo diante de uma tonelada de indicações de que a história não é verdadeira, a criança crê. E crê por várias razões: Crê (1) porque confia cegamente na pessoa que lhe traz a notícia, crê (2) porque o resultado da história lhe traz muita satisfação, (3) crê porque ainda não aprendeu que pessoas mentem e mentem descaradamente, despudoradamente!

A mentira é algo que o ser humano aprende pela observação, pela universalidade (todos mentem!) e pela prática. A vida dessa criança vai evoluir e, cedo ou tarde, ela vai saber que Papai Noel não existe, que coelhinho da páscoa é uma lenda capitalista, vai aprender que mesmo as pessoas em quem ela mais confia mentem para ela e vai, inevitavelmente, também aprender a mentir. E quando aprender a mentir, terá lamentavelmente perdido a fé e a capacidade de crer.
 
Pronto! Temos aí, devidamente formado, mais um incrédulo a se somar à multidão de pessoas que caminharão vivendo o desconforto existencial da falta de fé. Nós que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, nós que trazemos por natureza a infinita capacidade da fé, ao mesmo tempo em que adquirimos conhecimento da vida, perdemos a fé. À semelhança de Adão, nosso pai ancestral, quando a vida nos apresenta o fruto da árvore do conhecimento do bem E do mal, começamos a perder nossa identidade com o Sagrado. Deixamos de ser “crianças” e alçamos ao status de homens e mulheres “cheios” de “conhecimento”, de “sabedoria”. E tão incrédulos quanto incrédulos eram os contemporâneos de Jesus, passaremos a conviver com o problema da incredulidade: temos a fé em nosso DNA, mas aprendemos a não crer. 
 
E como aqueles, passamos a viver a interminável busca de algo no qual possamos crer. Algo que nos explique os inexplicáveis da vida através da fé desaparecida, perdida, extinta em nós pela “verdade”. Continuamos, como crianças perdidas no meio das mentiras e verdades presentes na História, buscando uma na qual possamos crer. Por mais que venha vestida em mantos vermelhos, arrastadas por estranhas carruagens voadoras, nós adultos também voltamos a crer.
 
Veja, por exemplo, as milhares de tradições religiosas do nosso século: Há templos dedicados aos macacos, às vacas, a fantasiosos ídolos de pedra! Há sistemas religiosos complexos baseados na existência de uma erva que produz um louco “barato”! Há pessoas crendo em explicações das mais malucas, baseadas em argumentos ainda mais loucos! Mas, crêem. Crêem porque afinal, precisam instintivamente crer em alguma coisa!

Aí, um belo dia, a Verdade (assim mesmo...com V maiúsculo!) aparece e os homens não crêem! Deus, o Verdadeiro Deus se revela, apresenta provas incontestes de Sua Verdade e, mesmo assim, os homens não crêem! Entre a Verdade do Filho do Homem e as mentiras da religiosidade maluca dos homens, eles preferem suas fantasias! Que loucura, meu Deus!

Vejam o povo hebreu fugindo do exército egípcio: Deus faz o Mar Vermelho se abrir! Imagine você a cena! Um mar se abrindo, você passando a pé pelo meio das águas e o exército que te persegue sendo engolido atrás de você! Como não crer em um Deus que te faz isso? Como não crer em um Deus que te aquece com uma inegável coluna de fogo todas as noites no Deserto do Sinai? Como não acreditar no maná, comida que literalmente cai do céu todas as manhãs? Ainda assim, ainda que o Verdadeiro Deus tenha se mostrado de forma tão real, a maioria daqueles que lá estavam preferiram não crer e morreram no deserto.

Veja os dias de Jesus: Os evangelhos mostram a fama de Jesus se espalhando pelo Oriente e pelo Ocidente por causa dos espantosos milagres que Ele fazia! Pessoas sendo curadas aos milhares, e curadas das mais diversas modalidades de males incuráveis! Pão sendo multiplicado diante dos olhos de todos! “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?!!” O próprio diabo, diante do testemunho ocular das pessoas, muitas vezes reconheceu a divindade de Cristo e, mesmo assim, os homens seguiam não crendo!

Uma incredulidade teimosa, uma falta de fé que não cede, não “arreda pé” mesmo das mais assombrosas evidências de Verdade! Não lhe parece irritante isso? Nós, crentes do século XXI, que não vimos nem uma nesga de tantos milagres relatados na Bíblia, desejamos e buscamos todos os dias um “milagrinho” simples, pequeno, uma amostra miúda e dificilmente conseguimos! Não nos irrita olharmos para a “fartura” de milagres dos tempos bíblicos em contraponto com a incredulidade daqueles homens? Não nos dá uma vontade de entrar em uma máquina do tempo e baixar lá na Jerusalém do século I e sair dando sopapos naqueles incrédulos? Cooooomo vocês não crêem neste Jesus? Não está na caaaaara que Ele está falando a verdade? Cooooooomo vocês ainda preferem acreditar no fariseu que mente tanto???

Calma! Não se irrite com a falta de fé. O próprio Jesus lidou e se viu obrigado a conviver com isso. Veja Jo.12:37-50. Olhando para este texto, e tão somente para o texto, e crendo que esse registro é uma partícula da palavra da Verdade que o próprio Deus endereçou a nós, observe:

       1) A capacidade de crer é dom de Deus. A fé inata ao ser humano nasce em Deus e sem uma ação direta de Deus sempre será mais fácil acreditar nas mentiras humanas do que nas Verdades reveladas por Deus através da obre de Cristo. (v.40)

  2) Assim como a criança crê no chocolate do ovo porque este lhe parece doce e agradável, nós também preferimos crer mais nas mentiras que nos dão algum conforto do que nas verdades que nos exigem mudanças mais profundas. (v.42)
  
       3) A fé em Jesus obriga todo crente a abandonar as antigas práticas mundanas e dedicar-se a uma vida renovada, iluminada pela Verdade do Evangelho (v.46).

    4) Ao optar pelas mentiras do falso conhecimento humano, ainda que diante das inegáveis demonstrações da Verdade de Jesus, todo homem atrai para si a condenação ao eterno distanciamento de Deus, a definitiva separação entre Criador e criatura (V.48).