13 de outubro de 2013

"Querida, eu encolhi as crianças"



"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele." (Pv.22:6)
O filme cujo nome pedi emprestado para o sermão de hoje é um desses que a gente vê e não esquece. “Querida eu encolhi as crianças” é a história de um cientista maluco (sou fã dos cientistas malucos do cinema!) que inventa uma máquina que, após um acidente, encolhe seus filhos tornando-os menores que uma formiga. A grande aventura dos minúsculos personagens é atravessar um jardim gramado, vencer seus muitos perigos, e chamar a atenção do pai para que este dê um jeito de trazê-los de volta ao tamanho normal.
Lembrei-me deste filme hoje, após uma nova leitura do conhecidíssimo texto de Pv.22:6. Esta é uma frase de sabedoria, algo como um dos muitos aforismos escritos pelo sábio Salomão, que chama a atenção dos pais para a responsabilidade de oferecer CRESCIMENTO a seus filhos, e não reduzir sua estatura. Todo pai, toda mãe, todo sistema de ensino ou método pedagógico têm a pretensão de oferecer crescimento, mas o que temos visto, pelo menos na esfera espiritual, é que muitas crianças ao invés de cescre, diminuem. Em que sentido se verifica o encolhimento das crianças, à semelhança do filme de Rick Moranis?

1)      Há crianças que, à medida que crescem, vão se tornando cada vez mais problemáticas; desvios de caráter vão se somando, de forma a, quando adultos, transformam-se em pessoas amargas, derrotadas, viciadas ou até mesmo criminosas. São pessoas que perderam a grandeza da inocência infantil e apequenaram-se em seu caráter, diminuíram de estatura espiritual. Quando crianças, eram proprietárias do Reino dos Céus e, uma vez adultos, já não são gozam dos mesmos direitos. (Mt.19:14 – Delas é o Reino dos Céus!)

 2)      Há crianças que, por nunca terem sido apresentadas ao Evangelho, por nunca terem tido a oportunidade de um convívio devocional com Deus e com uma Igreja, tornam-se adultos incrédulos, descrentes e, por vezes, amantes do ateísmo cego que tem sido a grande marca da geração pós-moderna. São crianças que foram encolhidas, diminuídas em sua capacidade de crer, de ter fé em um Deus que tudo vê e tudo pode.

 3)      Há ainda, aquelas que, mirando-se nos exemplos do cristianismo rasteiro que existe em suas casas, vão se tornando nos cristãos descompromissados e superficiais que temos nas igrejas de hoje em dia. São crianças que foram encolhidas em sua capacidade de serem referenciais de fé para a Igreja moderna. Essas, diminuídas pelo evangelho de “e” minúsculo praticado na maioria dos lares de hoje, são os legítimos representantes do neo-ateísmo moderno: pessoas que, mesmo tendo conhecido a Cristo em sua infância, distanciaram-se dos caminhos do Evangelho por causa das tentações da modernidade mas também pelos maus exemplos presenciados em casa.

Quando o personagem principal do filme dá o grito “Querida, eu encolhi as crianças!” ele nos oferece uma excelente metáfora! Assim como ele, precisamos perceber em nossos atos cotidianos, os maus exemplos que praticamos e que podem refletir negativamente na formação dos nossos filhos e da geração vindoura. É em nós que eles procuram modelos de imitação; o pai é o primeiro “herói” de seu filho, o primeiro “galã” de sua filha! A mãe é a primeira “Princesa” do menino, a primeira “Amiga” da menina...

Se na mensagem do domingo passado, falamos de uma igreja que foi exemplo para outras igrejas, hoje precisamos falar de homens e mulheres que sejam exemplos para as crianças.

Este é o sentido central do versículo inicial de hoje. O verbo hebraico no imperativo “ensina” usado no início da frase é hanak, que significa instruir e dedicar, no sentido de oferecer a Deus. Instruir o filho é um ato de fé, é oferta de amor ao Senhor e não à sociedade. Quando ensinamos a criança, estamos dedicando-a a Deus! Instruir como dedicação a Deus faz com que a criança efetivamente CRESÇA, até atingir a estatura de varão perfeito (Ef.4:13 – “...até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo”)

Pai e mãe têm, pois, mais do que a simples responsabilidade de fazer crescer o corpo físico, providenciando alimento, moradia, saúde, segurança...muitos pensam que isso basta. Que providenciar uma mesa farta, uma casa confortável, bens e valores materiais, educação convencional e serviços de saúde são suficientes para levar a criança até aus idade adulta. Para Deus, isso é pouco. Isso, na verdade, é o de menor valor. Não precisa ser pai e nem mãe para dar coisas assim. Escola, o governo dá. Educação tem que ser em casa. Hospital e remédio, o SUS fornece, mas saúde espiritual e emocional, obtém-se é na família. A polícia está aí para coibir o crime, mas é na família que a criança encontra sua verdadeira segurança para crescer...

Deus nos chama a responsabilidades superiores. Instruir, na visão da sabedoria bíblica, não é ensinar a ler, assim como cuidar não se restringe a prover medicação.

Para não corrermos o risco de fazer nossas crianças serem espiritualmente encolhidas por falta de instrução e cuidado, precisamos, como pais e mães zelosos, apresentar aos nossos filhos:

       1)      O poder do exemplo - se você não quer negligenciar o crescimento espiritual do seu filho não relegue o poder do exemplo. Vá à frente dele.

       2)      O poder da oração - a oração deve contemplar também pela vida espiritual do seu filho, não apenas pelo trabalho, profissão, família.

 3)      O poder Palavra - nao negligencie este poder. É fundamental implantar a Palavra de Deus dentro da sua casa. Sem a Bíblia, uma casa não se sustenta. 
Aquele que não cresce espiritualmente, não se sustenta. Um homem derrotado espiritualmente, será atingido também fisicamente, seu patrimônio. É preciso cuidar, mudar de vida, com dedicação à vida espiritual. No mais, tudo evolui em Deus.

Naquele momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: "Quem é o maior no Reino dos céus? "
Chamando uma criança, colocou-a no meio deles,
e disse: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.
Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus.
"Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo.
Mas se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar.

Mateus 18:1-6

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