27 de outubro de 2013

O que nos leva a vencer os embates desta vida

Pastor João Batista de Oliveira, de Ponta Grossa, PR, é o pregador no culto desta noite. Ele é diretor e professor do Seminário Peniel naquele município. 

Levantem-se, vão embora! Pois este não é o lugar de descanso. 
Miquéias 2:10

Nos seus ensinos, Jesus, em momento nenhum, enganou os seus seguidores, foi muito transparente na sua forma de ensinar. E ele disse: "no mundo tereis aflições, mas tenham bom ânimo, porque eu venci o mundo." Em outra oportunidade, ele diz: "Quem quiser me seguir, toma a sua cruz e segue-me". Em outra ocasião, disse a um homem que queria segui-lo: "pare e reflita porque o passarinho tem seu ninho, mas o filho do homem não tem onde repousar a sua cabeça."

Com isso, Jesus ensinou que há dificuldades na vida e que os pregadores tem a função de pregar o que a Bíblia diz e não o que o povo quer ouvir. Quem é compromissado com Deus e com a sua Palavra não pode jamais pregar o que o povo quer ouvir. Porque Deus fala por meio do profeta: "o meu povo perece por falta de conhecimento". 

Na mídia, sem intenção de atacar, ouvimos - com raríssimas exceções, é um evangelho no mínimo falsário. A pregação que se tem ouvido não é o que Paulo ou João Batista pregou - o evangelho que tem sido pregado em muitos lugares, principalmente na televisão, é divorciado da cruz. E Paulo falou sobre isso - se o evangelho for corrompido, o responsável deve ser amaldiçoado. 

Deve ser pregado o evangelho do arrependimento, da transformação do homem. Quem bom seria se ninguém tivesse problemas, mas quem é aquele que não passa por dificuldade em casa ou no trabalho? A promessa de Deus é esta: "Eis que sois convosco."

O que nos leva, então, a vencer as dificuldades, os embates desta vida? Como poderemos ter vitória? 

Temos vitória, primeiro porque nós servimos a um Deus poderoso. Nós não servimos a um deus qualquer. Nós servimos ao único Deus verdadeiro, criador do céu e da terra. Ele é onisciente, onipresente e onipotente. Então, descanse nele. Em Mateus 19:26, Jesus diz: "Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis". Deus pode fazer todas as coisas. 

Outro motivo da nossa vitória sobre as dificuldades desta vida está no fato de nos dispormos a ir à luta, enfrentarmos as guerras e batalhas. Quem cruza os braços e fica estagnado, não chega em lugar nenhum. A vitória só virá para quem confia no Senhor e vai à luta. A coragem de lutar é meia batalha vencida. 

O grande imperador francês Napoleão Bonaparte disse que a vitória cabe a quem mais persevera e luta. Um outro exemplo é a vida de Vital Brasil que viveu na época em que os burgueses mandavam seus filhos estudarem na Europa. Vital Brasil procurou as autoridades públicas da sua cidade e disse que queria estudar na Europa, mas não foi atendido. Ele não tinha condições financeiras, mas não desistiu e conseguiu patrocinadores para os estudos na França. Formou-se em Medicina e retornou ao Brasil para ser um especialista renomado que inventou o soro antiofídico. 

O apóstolo Paulo diz que nós já somos vencedores por antecipação. Em Romanos 8:37 está escrito: "Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou"

O terceiro motivo das nossas vitórias está no nosso alvo de vida. Nós temos por objetivo o céu, a vida eterna. Esta  é uma razão fundamental para a nossa vitória sobre as tentações, as dificuldades financeiras, de relacionamentos e tudo o mais que surge de problemas em nossa vida. Em Flipenseses 3: 13 e 14 "Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante,
prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus."

Os seus projetos são para quantos anos? Deus tem um projeto de eternidade para a sua vida. Todo o investimento na terra, fica na terra. Nós precisamos investir para a vida eterna. 

Vocês pensam que é fácil entrar o céu? Um dia, Deus cobrará de todos nós o que fizemos com o Evangelho. Esta noite você está aqui para saber exatamente o que você precisa ouvir da parte de Deus. O caminho para o céu e a porta são estreitos. "E muitos procurarão entrar e não vão conseguir", diz a Palavra de Deus.  Você está pensando que entrará no céu de qualquer maneira? Não. É com renúncia, obediência e fidelidade. "Guarda o que tens para que ninguém tome a sua coroa", disse Jesus. 

É difícil, mas vale a pena: conquiste um lugar no céu, na vida eterna. 

"Levantai e andai, porque não é aqui o vosso descanso." O profeta hoje nos dá nimo. No céu, o Senhor enxugará dos nossos olhos toda lágrima - é uma promessa bíblica. anime=-se e vá à luta. 

Devocional 
O Salmo 46 é o texto que inspira a meditação inicial do culto desta noite. Da mensagem, o Pastor Jairo Ishikawa destaca o versículo 10, no qual o salmista destaca que a guerra é de Deus, a solução dos problemas está em Deus e o homem deve aquietar-se para que o Senhor aja.

Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade.
Por isso não temeremos, embora a terra trema e os montes afundem no coração do mar,
embora estrondem as suas águas turbulentas e os montes sejam sacudidos pela sua fúria. Pausa
Há um rio cujos canais alegram a cidade de Deus, o Santo Lugar onde habita o Altíssimo.
Deus nela está! Não será abalada! Deus vem em seu auxílio desde o romper da manhã.
Nações se agitam, reinos se abalam; ele ergue a voz, e a terra se derrete.
O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a nossa torre segura. Pausa
Venham! Vejam as obras do Senhor, seus feitos estarrecedores na terra.
Ele dá fim às guerras até os confins da terra; quebra o arco e despedaça a lança, destrói os escudos com fogo.
"Parem de lutar! Saibam que eu sou Deus! Serei exaltado entre as nações, serei exaltado na terra. "
O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a nossa torre segura. Pausa

Salmos 46:1-11

13 de outubro de 2013

"Querida, eu encolhi as crianças"



"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele." (Pv.22:6)
O filme cujo nome pedi emprestado para o sermão de hoje é um desses que a gente vê e não esquece. “Querida eu encolhi as crianças” é a história de um cientista maluco (sou fã dos cientistas malucos do cinema!) que inventa uma máquina que, após um acidente, encolhe seus filhos tornando-os menores que uma formiga. A grande aventura dos minúsculos personagens é atravessar um jardim gramado, vencer seus muitos perigos, e chamar a atenção do pai para que este dê um jeito de trazê-los de volta ao tamanho normal.
Lembrei-me deste filme hoje, após uma nova leitura do conhecidíssimo texto de Pv.22:6. Esta é uma frase de sabedoria, algo como um dos muitos aforismos escritos pelo sábio Salomão, que chama a atenção dos pais para a responsabilidade de oferecer CRESCIMENTO a seus filhos, e não reduzir sua estatura. Todo pai, toda mãe, todo sistema de ensino ou método pedagógico têm a pretensão de oferecer crescimento, mas o que temos visto, pelo menos na esfera espiritual, é que muitas crianças ao invés de cescre, diminuem. Em que sentido se verifica o encolhimento das crianças, à semelhança do filme de Rick Moranis?

1)      Há crianças que, à medida que crescem, vão se tornando cada vez mais problemáticas; desvios de caráter vão se somando, de forma a, quando adultos, transformam-se em pessoas amargas, derrotadas, viciadas ou até mesmo criminosas. São pessoas que perderam a grandeza da inocência infantil e apequenaram-se em seu caráter, diminuíram de estatura espiritual. Quando crianças, eram proprietárias do Reino dos Céus e, uma vez adultos, já não são gozam dos mesmos direitos. (Mt.19:14 – Delas é o Reino dos Céus!)

 2)      Há crianças que, por nunca terem sido apresentadas ao Evangelho, por nunca terem tido a oportunidade de um convívio devocional com Deus e com uma Igreja, tornam-se adultos incrédulos, descrentes e, por vezes, amantes do ateísmo cego que tem sido a grande marca da geração pós-moderna. São crianças que foram encolhidas, diminuídas em sua capacidade de crer, de ter fé em um Deus que tudo vê e tudo pode.

 3)      Há ainda, aquelas que, mirando-se nos exemplos do cristianismo rasteiro que existe em suas casas, vão se tornando nos cristãos descompromissados e superficiais que temos nas igrejas de hoje em dia. São crianças que foram encolhidas em sua capacidade de serem referenciais de fé para a Igreja moderna. Essas, diminuídas pelo evangelho de “e” minúsculo praticado na maioria dos lares de hoje, são os legítimos representantes do neo-ateísmo moderno: pessoas que, mesmo tendo conhecido a Cristo em sua infância, distanciaram-se dos caminhos do Evangelho por causa das tentações da modernidade mas também pelos maus exemplos presenciados em casa.

Quando o personagem principal do filme dá o grito “Querida, eu encolhi as crianças!” ele nos oferece uma excelente metáfora! Assim como ele, precisamos perceber em nossos atos cotidianos, os maus exemplos que praticamos e que podem refletir negativamente na formação dos nossos filhos e da geração vindoura. É em nós que eles procuram modelos de imitação; o pai é o primeiro “herói” de seu filho, o primeiro “galã” de sua filha! A mãe é a primeira “Princesa” do menino, a primeira “Amiga” da menina...

Se na mensagem do domingo passado, falamos de uma igreja que foi exemplo para outras igrejas, hoje precisamos falar de homens e mulheres que sejam exemplos para as crianças.

Este é o sentido central do versículo inicial de hoje. O verbo hebraico no imperativo “ensina” usado no início da frase é hanak, que significa instruir e dedicar, no sentido de oferecer a Deus. Instruir o filho é um ato de fé, é oferta de amor ao Senhor e não à sociedade. Quando ensinamos a criança, estamos dedicando-a a Deus! Instruir como dedicação a Deus faz com que a criança efetivamente CRESÇA, até atingir a estatura de varão perfeito (Ef.4:13 – “...até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo”)

Pai e mãe têm, pois, mais do que a simples responsabilidade de fazer crescer o corpo físico, providenciando alimento, moradia, saúde, segurança...muitos pensam que isso basta. Que providenciar uma mesa farta, uma casa confortável, bens e valores materiais, educação convencional e serviços de saúde são suficientes para levar a criança até aus idade adulta. Para Deus, isso é pouco. Isso, na verdade, é o de menor valor. Não precisa ser pai e nem mãe para dar coisas assim. Escola, o governo dá. Educação tem que ser em casa. Hospital e remédio, o SUS fornece, mas saúde espiritual e emocional, obtém-se é na família. A polícia está aí para coibir o crime, mas é na família que a criança encontra sua verdadeira segurança para crescer...

Deus nos chama a responsabilidades superiores. Instruir, na visão da sabedoria bíblica, não é ensinar a ler, assim como cuidar não se restringe a prover medicação.

Para não corrermos o risco de fazer nossas crianças serem espiritualmente encolhidas por falta de instrução e cuidado, precisamos, como pais e mães zelosos, apresentar aos nossos filhos:

       1)      O poder do exemplo - se você não quer negligenciar o crescimento espiritual do seu filho não relegue o poder do exemplo. Vá à frente dele.

       2)      O poder da oração - a oração deve contemplar também pela vida espiritual do seu filho, não apenas pelo trabalho, profissão, família.

 3)      O poder Palavra - nao negligencie este poder. É fundamental implantar a Palavra de Deus dentro da sua casa. Sem a Bíblia, uma casa não se sustenta. 
Aquele que não cresce espiritualmente, não se sustenta. Um homem derrotado espiritualmente, será atingido também fisicamente, seu patrimônio. É preciso cuidar, mudar de vida, com dedicação à vida espiritual. No mais, tudo evolui em Deus.

Naquele momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: "Quem é o maior no Reino dos céus? "
Chamando uma criança, colocou-a no meio deles,
e disse: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.
Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus.
"Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo.
Mas se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar.

Mateus 18:1-6