8 de maio de 2013

Quem tem medo do sucesso?


 Jonas entrou na cidade e a percorreu durante um dia, proclamando: "Daqui a quarenta dias Nínive será destruída". (Jonas, 3:4)

A cidade de Nínive era conhecida pela crueldade contra seus inimigos e estava dominada pela idolatria. A justiça de Deus estava a caminho, e viria sob a forma de intesa destruição, mas a misericórdia do Pai se manifestou através da oportunidade de arrependimento. Mas lendo o relato daqueles acontecimentos, encontramos um pregador verdadeiramente estranho. Jonas não queria pregar aquela mensagem, mas produziu um resultado tremendo. Jonas fez todo o possível para que sua missão fracassasse. Um espírito indignado, um preparo insatisfatório, um sermão medíocre. Resultado: um sucesso tremendo! A maioria dos pregadores trabalha duramente para obter bons resultados; Jonas trabalhou para não ter bons resultados, mas ele teve sucesso, apesar da sua atitude. Jonas foi o único pregador da história que ficou frustrado com o seu sucesso.

Alguns tratam do livro de Jonas como se o peixe fosse seu personagem central. Não é. Nem mesmo Jonas, o profeta que desejava a destruição
de seus ouvintes.  Deus é. Deus é o Senhor não apenas de Israel, mas da natureza, da História e de todas as nações. Sua vontade se cumpre, sempre, no final. Os homens não podem criar-lhe obstáculos nem frustrá-lo. Sua graça é para todo o mundo. O peixe só é citado duas vezes no livro enquanto Deus é quem ordena a Jonas a ir a Nínive. Deus é quem manda uma tempestade atrás de Jonas. Deus é quem manda o peixe engolir Jonas e depois vomitá-lo. Deus é quem novamente comissiona Jonas a pregar em Nínive. Deus é quem perdoa os habitantes de Nínive e exorta o profeta emburrado. Dentre muitos outros possíveis, TRÊS ensinos me saltam aos olhos neste livro.

1)  A SALVAÇÃO É UMA DÁDIVA OFERECIDA A TODOS OS POVOS E NÃO APENAS AOS JUDEUS.
• Jonas tentou fugir da presença de Deus não com medo da sua ira, mas com medo da sua misericórdia. Ele foi o único pregador que ficou profundamente frustrado com o seu sucesso.
• Jonas fazia do seu nacionalismo extremado uma bandeira maior do que a obra missionária. Tinha prazer de pregar condenação aos pagãos, mas não se alegrava com sua salvação.
• Deus mostra a Jonas que ele tem o direito de usar misericórdia com quem quer, sem precisar dar satisfação a quem quer que seja. Ele é Senhor do mundo, de todos os povos e raças”.

2) A SALVAÇÃO É UMA DÁDIVA DE DEUS RECEBIDA PELA FÉ E NÃO OBTIDA ATRAVÉS DE OBRAS.
Os ninivitas eram pessoas pagãs e viviam sem luz e sem santidade. Eles eram perversos, truculentos, sanguinários e idólatras. Pelas obras, eles jamais seriam salvos.
• Deus os amou e enviou-lhes um mensageiro e eles se arrependeram e creram na mensagem e foram salvos.
• Ainda hoje, o método de Deus de salvar o homem é o mesmo. A salvação não é uma conquista do homem, mas um presente de Deus. A salvação não é resultado do que o homem faz para Deus, mas do que Deus fez pelo homem. A salvação não é o caminho que o homem abre da terra para o céu, mas o caminho que Deus abriu do céu para a terra.

3) DEUS É SANTO E NÃO PODE TOLERAR O MAL.
• Deus não tolerou a maldade dos ninivitas e enviou Jonas para adverti-los   e  não  aceitou a rebeldia de Jonas e enviou a tempestade para pegá-lo em sua rota de fuga.
• Deus ouviu a oração de Jonas e libertou-o do ventre do peixe; Deus ouviu o clamor dos ninivitas e salvou-lhes a alma. Deus vê os pecados e vê o arrependimento.
• O pecado sempre provoca a ira de Deus, proceda ele dos ímpios ou da igreja. Ele não faz acepção de pessoas em sua misericórdia nem em sua disciplina. Deus não tem dois pesos e duas medidas.

CONCLUSÃO:

Cuidado! Você está preparado para os efeitos colaterais do sucesso?

1) O sucesso pode te dar a falsa sensação de invencibilidade.

2) Ao eliminar a probabilidade do fracasso, você corre o risco de se julgar superior, mais forte, mais santo do que o próximo.

3) Para quem está acostumado com a vitória, uma derrota qualquer, por mais insignificante que seja, pode ser encarada como o verdadeiro fim do mundo.

0 comentários:

Postar um comentário