26 de janeiro de 2014

Armadura de Deus

Uma igreja de ataque e não exclusivamente de defesa. A igreja, como herdeira do Senhor dos Exércitos, tem obrigação de enfrentar o inferno. A armadura de Deus é uma arma de defesa, mas também de ataque.
O foco da carta de Efésios - 6:10-17 - é a vida da Igreja. Eis o texto escrito por Paulo:
"Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder.
Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo, pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.
Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo.
Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça
e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz.
Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno.
Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus."
Efésios 6:10-17
Na visão paulina revelada nesta belíssima epístola, a igreja é a nova família de Deus, uma colônia onde Ele estabeleceu uma amostra da unidade e dignidade renovada da raça humana pela graça de Cristo Jesus.
A Igreja é como um posto avançado da misericórdia do Pai em um mundo tenebroso (Ef. 5:3-17), buscando e aguardando a redenção final, que se dará no dia da volta do Senhor.
Expostos os perigos e os desafios a serem enfrentados neste mundo, Paulo apresenta no texto base deste estudo o ferramental necessário para que a Igreja permaneça firme, capacitada e protegida para percorrer todo o caminho, chegando ao dia final como vitoriosa em Cristo.
Esse ferramental é descrito como sendo uma armadura e isso revela a semelhança entre o cristão e um soldado enfrentando inimigos poderosos em uma terra distante, estranha e perigosa.
Observe que a armadura completa engloba não apenas instrumentos de defesa, mas também armas de ataque.
I. A "luta" ou a "guerra" de que trata esse trecho da carta, refere-se ao ambiente espiritual. O inimigo do cristão não é representado por pessoas, nem mesmo por aquelas que nos afrontam. O inimigo, de fato, se apresenta como principados e potestades espirituais. Paulo está falando do inferno, dos demônios que dominam esse mundo e que armam ciladas para a derrota dos santos. É um equívoco lutarmos contra pessoas; o próprio Cristo nos avisa quanto a esse fato, ensinando-nos a orar pelas pessoas que nos perseguem, pois na verdade não são elas as nossas inimigas, mas o diabo. (Mt 5:44)
ENTENDENDO A ARMADURA DE DEUS
1-) Conhecimento da Verdade
2-) Prática da Justiça
3-) Paz de Espírito
4-) Disposição em anunciar o Evangelho
5-) Consciência da Salvação
II. O conhecimento da verdade, a prática da justiça, a paz de espírito, a disposição em anunciar o Evangelho, a consciência da salvação e a fé em Jesus são os atributos cristãos que Paulo compara aos elementos de uma armadura. Revestidos de tais elementos, o cristão estará totalmente preparado para resistir a quaisquer investidas satânicas.
III. Revestidos dos elementos da armadura de Deus, o cristão transitará em vitória pelo deserto da Terra, fortalecendo-se diariamente através da prática da oração, da vigilância constante, da perseverança na fé e na comunhão entre os santos. (Ef. 6:18)
Num determinado trecho, Paulo menciona o "dia mau" (v13). Esse é o dia (ou os dias) em que as hostes malignas conspiram contra a nossa paz. Tais "dias" parecem acontecer com uma frequência constante, e isso é assustador. Mas façamos como o salmista, elevando diariamente os olhos e contemplando o socorro que vem do alto (Sl. 121:1-2). Não há um soldado que percorra o campo de batalha sem seu aparato de guerra. Não pode haver cristão vencedor sem a armadura de Deus ensinada por Paulo aos de Éfeso.
Devocional
O Pastor Jairo Ishikawa falará no culto de hoje sobre batalhas e o texto de inspiração para a devocional é o Salmo 46. `um salmo muito utilizado nas batalhas militares.
"Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade.
Por isso não temeremos, embora a terra trema e os montes afundem no coração do mar,
embora estrondem as suas águas turbulentas e os montes sejam sacudidos pela sua fúria. Pausa
Há um rio cujos canais alegram a cidade de Deus, o Santo Lugar onde habita o Altíssimo.
Deus nela está! Não será abalada! Deus vem em seu auxílio desde o romper da manhã.
Nações se agitam, reinos se abalam; ele ergue a voz, e a terra se derrete.
O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a nossa torre segura. Pausa
Venham! Vejam as obras do Senhor, seus feitos estarrecedores na terra.
Ele dá fim às guerras até os confins da terra; quebra o arco e despedaça a lança, destrói os escudos com fogo.
"Parem de lutar! Saibam que eu sou Deus! Serei exaltado entre as nações, serei exaltado na terra. "
O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a nossa torre segura. Pausa"
Salmos 46:1-11

22 de janeiro de 2014

...e as portas do inferno não prevalecerão!

Esta é a primeira e praticamente única vez em que Jesus usa o termo “Igreja”, no Novo Testamento. Há uma citação em um outro contexto (Mc.18:17), mas ali Jesus refere-se à congregação local e não à Igreja que pretende fundar a partir de sua ressurreição.

No momento em faz tal declaração, Jesus está em pleno ministério, andando pela Galiléia e pelo norte de Israel. Está no chamado “Ano da Popularidade”, o segundo ano de Seu ministério, quando seus discursos impactantes acompanhados de milagres assombrosos, fez dEle uma verdadeira celebridade internacional. Os Evangelhos mostram a fama de Jesus correndo à Síria e ao Líbano.
Durante este tempo, Jesus passou a enfrentar duas “frentes” de oposição: De um lado, o poder político (domínio dos romanos) já percebia que sua fama crescente podiam transformá-lo em uma ameaça, já que o povo o aclamava como operador de milagres (saúde) e fornecedor de pão abundante (alimento); de outro lado, o poder religioso, representado pelos líderes do Judaísmo também começava a se sentir ameaçado por um homem que fazia duras críticas ao tradicionalismo religioso dos mestres que converteram o Judaísmo em um fortíssimo braço de dominação sobre o povo, já cansado de tanta opressão.

De um lado, o peso da dominação romana, com seus impostos, confiscos e leis. De ouro lado, o peso exercido pelos líderes de uma religião corrompida, cheia de interesses e ligações com o dinheiro e com o poder. Jesus não cobrava nada pelo pão, nada pelas curas e ainda proclamava um discurso libertador e revolucionário. Não demoraria muito até que o poder político se aliasse ao poder religioso que, juntos, tramariam sua perseguição, prisão e morte.

O povo que seguia a Jesus e até mesmo seus discípulos mais chegados demoraram para perceber a ameaça da conspiração infernal que aos poucos ia os cercando. Jesus sabia de tudo. Desde os primeiros questionamentos dos fariseus acerca de Seus ensinos, Jesus já percebia o início do movimento que tramaria Sua morte. O inferno já se movimentava no sentido de impedir que Jesus realizasse sua obra; desde a tentação no deserto, as potestades infernais exerciam sua oposição.

Desde muito cedo, portanto, as forças do mal já haviam determinado os alvos de sua perseguição: o alvo primário era Jesus. Ao longo de todo o Novo Testamento, vemos o inimigo se movimentando no sentido de desviar Jesus de seus objetivos. Todo o esforço infernal contra Jesus foi em vão. Ele terminou Sua obra, indo até a cruz e de lá à Páscoa da Ressurreição. Mas o inferno não parou de trabalhar; se não pôde deter Jesus, agora o inimigo foca seus esforços em seu alvo secundário: a Igreja deixada por Jesus.

O texto base da mensagem de hoje mostra claramente que Jesus, desde muito cedo, já sabia que o inferno trabalharia com afinco ao longo de toda a história para deter a Igreja. Por isso, Ele  nos fortaleceu com seu Espírito Santo. Em Jo.14 vemos Jesus delegando ao Espírito Santo a tarefa de fortalecer e capacitar a igreja a enfrentar a luta contra o inferno. Mas o conteúdo do versículo que lemos no início, revela partes importantes do projeto de Jesus no que diz respeito aos fundamentos existenciais da Igreja.

      1) Definindo IGREJA...
Fica claro desde o início, que Jesus não se referia a uma instituição, a um conjunto de prédios ou latifúndios; no projeto de Jesus, Igreja é o conjunto de pessoas que crêem nEle e que se comprometem com a mensagem contida em Sua morte. O contexto de Mt.16 revela um Jesus empenhado em preparar discípulos para a Sua morte e para o projeto que viria após ela. Igreja, pelo menos nessa frase de Jesus, não é placa na porta, não é CNPJ, não é catedral e nem mesmo um plano de atividades assistenciais. A Igreja Triunfante de Jesus é o conjunto de salvos, desde a fundação do mundo, que estarão “vestidos de branco” no Dia do Juízo. É a esta IGREJA que Ele se referiu.

2    2) A Igreja deve marchar contra o inferno e não o contrário.
No projeto de Jesus Cristo, a Igreja não assume, primariamente, uma posição meramente defensiva. Não é a Igreja que tem que “se defender” do inferno. Ao contrário, Jesus construiu uma Igreja que ataca o inferno; os demônios é que deviam temer os crentes e não o contrário!

O que temos visto, desde os tempos dos apóstolos são crentes “entrincheirados”, buscando defesa contra os constantes e crescentes avanços do inferno contra nossas casas e nossas igrejas (com i minúsculo!) Sim, eu sei que a Palavra nos dá muitas instruções sobre como nos defender do inferno. Paulo falou muito disso e outros apóstolos também, mas se voltarmos ao projeto inicial, perceberemos que Jesus fala, primeiro, de uma Igreja (com I maiúsculo) que avança constantemente e bate à porta do inferno para de lá arrancar as almas aprisionadas.

A realidade está aí, diante de nós e para a nossa vergonha: O inferno bate todos os dias à porta de nossos lares, através da pornografia televisiva, midiática, internética; o inferno está arrombando as portas dos nossos casamentos (nossos sim, de crentes, igrejas com i minúsculo) e destruindo lares usando os aríetes da traição conjugal, da mentira, do homossexualismo; o inferno está aí, atacando e paralisando igrejas (com i minúsculo) através do egoísmo, da falta de amor, do jogo de interesses, da “des-comunhão” dos santos (com igualmente minúsculo).

Jesus fundou a IGREJA TRIUNFANTE e a maioria das pessoas tem se contentado em fazer parte de uma igreja que nem em sombra reflete o plano original do Mestre.

3)      As portas do inferno se rompem mediante a ação da Igreja
Os calabouços do inferno estão repletos de almas aprisionadas pelo pecado, pela mentira, pelo engano e pela morte. Zilhões de condenados! Pessoas que seguem vivendo sem nem mesmo se darem conta da eterna prisão em que vivem. Seguem, a exemplo dos fariseus de Jo.8,  vivendo sem notar o peso dos grilhões.
Quando Jesus fala “as portas do inferno não prevalecerão” Ele está acionando uma Igreja verdadeiramente missionária, um exército de conhecedores da Verdade que não se contenta em habitar templos com ar condicionado e cadeiras estofadas, mas que MARCHA, que AVANÇA rompendo as defesas infernais, arrombando suas portas e libertando seus cativos.

Concluindo, precisamos tomar posição diante de Deus. A afirmação de Jesus soa-nos como um alerta: a qual grupo VOCÊ pertence? Você deseja fazer parte da Igreja (com I maiúsculo) ou vai se contentar em ser ou frequentar uma igreja (com i minúsculo) ?

Pr. Jairo Ishikawa
Igreja Batista da Paz do Coxipó