At.15:39-40
Dentre os diversos fatos da vida de qualquer pessoa, situações de conflito talvez estejam entre as mais comuns. O choque de opiniões, a divergência de prioridades, a diferença de valores e as infinitas formas de se reagir a um imprevisto, costumeiramente levam pessoas a situações desconfortantes. Viver sem enfrentar conflitos é impossível. Mesmo só e isolado, o homem experimenta conflitos interiores, entre seus próprios valores, culpas e indecisões.
O Evangelho avançou rápida e triunfantemente pela obra, agora, de DUAS equipes missionárias.
Enquanto Paulo e Silas avançaram em direção ao Oeste Asiático, Barnabé e João Marcos foram para a ilha de Chipre. A Igreja, como um todo, e a marcha do Evangelho pela História, foi abençoada pela decisão de Paulo e Barnabé.
Mais tarde, Paulo reencontra-se com Barnabé e, juntos, ministram alegremente em Corinto e na Galácia; quanto a João Marcos, o próprio Paulo reconhece, anos mais tarde que ele é extremamente útil ao seu ministério (2Tm.4:11)
Dentre os diversos fatos da vida de qualquer pessoa, situações de conflito talvez estejam entre as mais comuns. O choque de opiniões, a divergência de prioridades, a diferença de valores e as infinitas formas de se reagir a um imprevisto, costumeiramente levam pessoas a situações desconfortantes. Viver sem enfrentar conflitos é impossível. Mesmo só e isolado, o homem experimenta conflitos interiores, entre seus próprios valores, culpas e indecisões.
- É possível transformar situações de conflito em bênçãos?
- Há propósito divino nas diferenças entre pessoas?
- Como enfrentar o conflito com pessoas próximas sem deixar perecer o amor, o companheirismo e a amizade?
Tentarei responder as perguntas acima à luz da Bíblia e partindo da ideia de que, nesta meditação, nosso alvo não são os conflitos que enfrentamos contra as hostes infernais, nem as lutas contra as perseguições do mundo e muito menos contra aquele que diariamente tenta nos acertar com seus dardos incandescentes. Hoje, particularmente, quero abordar os conflitos contra pessoas do nosso convívio, pessoas que amamos, aquelas que não queremos magoar, cuja relação não queremos romper, mas que vez ou outra se comportam de modo diferente daquele que esperávamos, vez ou outra manifestam opiniões diferentes da nossa, vez ou outra agem de modo que nós jamais agiríamos.
Na Guerra do Vietnã o exército norte-americano enfrentou um tipo de batalha que nunca tinha enfrentado antes. A guerra de guerrilha, emboscadas em matas fechadas, os ataques furtivos e inesperados com armas de curto alcance e baixo calibre, mas que tantas baixas causaram.
Talvez por conta do ineditismo daquela guerra, os norte-americanos passaram a utilizar fogo de artilharia, lançando pesadas granadas e morteiros por cima de suas próprias tropas, buscando atingir o inimigo à frente delas. Não foram poucas as vezes que os artilheiros calcularam mal os seus tiros, e assim acertaram suas próprias tropas, dizimando pelotões inteiros com suas bombas incandescentes. Outras vezes, a própria infantaria progredindo entre a mata, disparava seus fuzis contra o inimigo entrincheirado nas matas, mas por conta da pouca visibilidade, acabava por atingir seus próprios companheiros que caminhavam alguns metros à frente. Verificou-se que muitos corpos de soldados norte-americanos tinham marcas de balas na nuca e nas costas.
Esses erros terríveis ficaram conhecidos como fogo-amigo. Milhares de soldados morreram vítimas desses tiros equivocados, vítimas da lambança bélica motivada pela arrogância e pelo despreparo.
De igual modo, não são poucas as vezes na vida em que, perdendo o inimigo-alvo de vista, passamos a alvejar aqueles que não são inimigos. Não apenas familiares, mas também amigos, companheiros de trabalho, companheiros de ministério, passam a ser atingidos por nossos balaços e agressões em conflitos intermináveis! Por vezes, agimos como se, na verdade, quiséssemos trucidar, eliminar, matar as pessoas mais próximas de nós, tamanha a força dos nossos ataques e contra-ataques nos momentos de conflitos.
Vejamos uma situação de conflito que atingiu, diretamente, alguns dos mais importantes líderes da história do cristianismo depois do próprio Cristo.
O texto acima é o epílogo de um conflito cuja narrativa começa ainda antes do planejamento da primeira viagem missionária de Paulo. Veja At.13:1-2>> “Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca e Saulo. Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: "Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado". Assim, depois de jejuar e orar, impuseram-lhes as mãos e os enviaram.” Veja também o versículo cinco>> “Chegando em Salamina, proclamaram a palavra de Deus nas sinagogas judaicas. João estava com eles como auxiliar.” A pergunta que não quer calar é: Se o Espírito Santo mandou que enviassem Saulo e Barnabé, o que João Marcos estava fazendo ali? Guardemos essa pergunta para um pouco mais tarde...
No versículo treze do mesmo capítulo, ainda na primeira metade da viagem, um fato inesperado atinge a equipe de missionários de modo a contrariar seriamente o apóstolo Paulo: “De Pafos, Paulo e seus companheiros navegaram para Perge, na Panfília. João os deixou ali e voltou para Jerusalém.” (At.13:13)
A leitura desses versículos nos mostra que uma situação de conflito está sendo construída. Tal conflito vai ficar claro, explodindo em At.15:36 a seguir: “Algum tempo depois, Paulo disse a Barnabé: "Voltemos para visitar os irmãos em todas as cidades onde pregamos a palavra do Senhor, para ver como estão indo". Barnabé queria levar João, também chamado Marcos. Mas Paulo não achava prudente levá-lo, pois ele, abandonando-os na Panfília, não permanecera com eles no trabalho. Tiveram um desentendimento tão sério que se separaram. Barnabé, levando consigo Marcos, navegou para Chipre, mas Paulo escolheu Silas e partiu, encomendado pelos irmãos à graça do Senhor.”
Lições da Guerra do Vietnã
Na Guerra do Vietnã o exército norte-americano enfrentou um tipo de batalha que nunca tinha enfrentado antes. A guerra de guerrilha, emboscadas em matas fechadas, os ataques furtivos e inesperados com armas de curto alcance e baixo calibre, mas que tantas baixas causaram.
Talvez por conta do ineditismo daquela guerra, os norte-americanos passaram a utilizar fogo de artilharia, lançando pesadas granadas e morteiros por cima de suas próprias tropas, buscando atingir o inimigo à frente delas. Não foram poucas as vezes que os artilheiros calcularam mal os seus tiros, e assim acertaram suas próprias tropas, dizimando pelotões inteiros com suas bombas incandescentes. Outras vezes, a própria infantaria progredindo entre a mata, disparava seus fuzis contra o inimigo entrincheirado nas matas, mas por conta da pouca visibilidade, acabava por atingir seus próprios companheiros que caminhavam alguns metros à frente. Verificou-se que muitos corpos de soldados norte-americanos tinham marcas de balas na nuca e nas costas.
Esses erros terríveis ficaram conhecidos como fogo-amigo. Milhares de soldados morreram vítimas desses tiros equivocados, vítimas da lambança bélica motivada pela arrogância e pelo despreparo.
De igual modo, não são poucas as vezes na vida em que, perdendo o inimigo-alvo de vista, passamos a alvejar aqueles que não são inimigos. Não apenas familiares, mas também amigos, companheiros de trabalho, companheiros de ministério, passam a ser atingidos por nossos balaços e agressões em conflitos intermináveis! Por vezes, agimos como se, na verdade, quiséssemos trucidar, eliminar, matar as pessoas mais próximas de nós, tamanha a força dos nossos ataques e contra-ataques nos momentos de conflitos.
Contextualização Bíblica:
“Tiveram um desentendimento tão sério que se separaram. Barnabé, levando consigo Marcos, navegou para Chipre, mas Paulo escolheu Silas e partiu, encomendado pelos irmãos à graça do Senhor.” (At.15:39-40)
O texto acima é o epílogo de um conflito cuja narrativa começa ainda antes do planejamento da primeira viagem missionária de Paulo. Veja At.13:1-2>> “Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca e Saulo. Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: "Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado". Assim, depois de jejuar e orar, impuseram-lhes as mãos e os enviaram.” Veja também o versículo cinco>> “Chegando em Salamina, proclamaram a palavra de Deus nas sinagogas judaicas. João estava com eles como auxiliar.” A pergunta que não quer calar é: Se o Espírito Santo mandou que enviassem Saulo e Barnabé, o que João Marcos estava fazendo ali? Guardemos essa pergunta para um pouco mais tarde...
No versículo treze do mesmo capítulo, ainda na primeira metade da viagem, um fato inesperado atinge a equipe de missionários de modo a contrariar seriamente o apóstolo Paulo: “De Pafos, Paulo e seus companheiros navegaram para Perge, na Panfília. João os deixou ali e voltou para Jerusalém.” (At.13:13)
A leitura desses versículos nos mostra que uma situação de conflito está sendo construída. Tal conflito vai ficar claro, explodindo em At.15:36 a seguir: “Algum tempo depois, Paulo disse a Barnabé: "Voltemos para visitar os irmãos em todas as cidades onde pregamos a palavra do Senhor, para ver como estão indo". Barnabé queria levar João, também chamado Marcos. Mas Paulo não achava prudente levá-lo, pois ele, abandonando-os na Panfília, não permanecera com eles no trabalho. Tiveram um desentendimento tão sério que se separaram. Barnabé, levando consigo Marcos, navegou para Chipre, mas Paulo escolheu Silas e partiu, encomendado pelos irmãos à graça do Senhor.”
Abordando conflitos sob a perspectiva de Deus:
O Evangelho avançou rápida e triunfantemente pela obra, agora, de DUAS equipes missionárias.
Enquanto Paulo e Silas avançaram em direção ao Oeste Asiático, Barnabé e João Marcos foram para a ilha de Chipre. A Igreja, como um todo, e a marcha do Evangelho pela História, foi abençoada pela decisão de Paulo e Barnabé.
Mais tarde, Paulo reencontra-se com Barnabé e, juntos, ministram alegremente em Corinto e na Galácia; quanto a João Marcos, o próprio Paulo reconhece, anos mais tarde que ele é extremamente útil ao seu ministério (2Tm.4:11)
1) O desconforto do CONFLITO não pode, sob nenhuma hipótese, esbarrar em nossa intensa disposição de enfrentá-lo. "Não pensem que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.” (Mt.10:34)
2) Sendo situações inevitáveis da vida, não podemos, nunca, deixar esmorecer nossa coragem de, se necessário, enfrentar todas as dores advindas do embate e de suas repercussões.
3) Deus providencia conflitos para que nossa qualidade de vida espiritual experimente progresso. Por isso, precisamos de fé nos propósitos divinos em cada situação de conflito.
QUATRO LIÇÕES CONCLUSIVAS:
1) Uma vez estabelecido o conflito, fugir dele ou agir como se não existisse, serve apenas para adiar a bênção reservada ao momento do acordo.
2) Um conflito será transformado em bênção no momento em que as partes envolvidas perceberem que Deus habita no acordo, mesmo que este implique em algum distanciamento.
3) Distanciamentos temporários provocados por conflitos não precisam ser, necessariamente, encarados como estabelecimento de inimizade, rancor e ódio.
4) Como cristãos, não somos chamados para evitar confrontos, mas para contribuir para o estabelecimento da paz através da presença de Cristo.